terça-feira, 17 de agosto de 2010

Luanda

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Organização e Fotografias de Rui Pires; Capa e Desenhos de Neves e Sousa. Livro editado pela Direcção dos Serviços de Economia  - Secção de Publicidade
Impresso na Litografia Nacional do Porto, (1952 ?)

BREVE NOTÍCIA



No século XVI, mais precisamente em 1575,
Paulo Dias de Novais, neto de Bartolomeu Dias, veio
à África incumbido de fazer a ocupação da nova conquista.
Estabeleceu acampamento na ilha chamada de
Luanda, onde tratou da vida dos portugueses fixados
e dos disseminados pêlos sertões, depois de comunicar
ao soba N'Gola os poderes de que vinha empossado.
Por não lhe agradar o local, transferiu-se, um
ano e meio depois, para o continente fronteiro.
A povoação ergueu-se no Morro de S. Miguel,
que Dias de Novais baptizou com o nome de S. Paulo.
Paulo Dias de Novais veio, como se sabe, por
carta régia de 1571, nomeado primeiro Governador
e conquistador do Reino de Angola.
Duas décadas depois, ainda a vida da povoação
de S. Paulo se circunscrevia ao recinto do forte de
S. Miguel.
—7
O despertar do burgo foi-se realizando. De
1611 a 1641 adquiriu os traços da fisionomia que tem
hoje. A vila guarnecia os morros cingidos pela
Maianga e bordava as águas da baía, que se alargava
ate aos prédios que iam da Sé ao actual Largo do
Infante D. Fernando.
Algumas edificações afirmavam os nossos pro-
pósitos civilizadores, como a antiga Misericórdia de
Luanda, fundada em 1576; a fortaleza de N.a S a da
Guia levantada por Dias de Novais no morro de
à Miguel; a igreja do Espírito Santo, edificada em
1628, e como marco extremo da cidade a fortaleza
de banta Cruz, construída em 1624, no local onde
mais tarde em 1664, se havia de erguer a ermida de
Nossa Senhora da Nazaré.
Em resultado da ocupação de Luanda pelos
holandeses, em 1648, o Almirante dos mares do Sul,
Salvador Correia de Sá e Benevides, por incumbência
de D. João-IV, veio a Angola, libertando-a do
estrangeiro e integrando-a para sempre, no património
sagrado da nação.
A Cidade de S. Paulo ficou muito arruinada
em resultado do abandono a que foi votada durante
a ocupação dos holandeses.
Posteriormente, porém, foi enriquecida com
numerosos monumentos da nossa acção civilizadora
Construíram-se ou restauraram-se o Convento de
S. José, a Ermida de Santo António dos Frades
Capuchinhos, a Igreja de Nossa Senhora dos
Remédios, actual Sé Arquiepiscopal, a Igreja
do carmo nas trombetas, que eram
arrabaldes de Luanda, o Forte e a Igreja de Santo
Amaro, no Morro do mesmo nome, para defesa
dos poços da Maianga, que abastecia de água
a cidade.
Outras medidas e práticas foram adoptadas,
valorizando Luanda do ponto de vista urbanístico.
Luanda dividia-se, nesses recuados tempos, em
Cidade Alta e Cidade Baixa.
A primeira, progredia entre a Fortaleza de
S. Miguel e os terrenos onde se encontra o Hospital
Central; a segunda, entre o actual Largo do Infante
D. Henrique e a Ermida da Nazaré.
O traço de união entre estas duas partes do
corpo citadino eram as calçadas de Baltazar de Aragão
e do Pelourinho, concluídas em 1779.
São dessa época, a construção do edifício da
Alfândega, iniciado em 1770, o terreiro público em
1765, hoje Largo Infante D. Henrique e outros
que vincularam na fisionomia da cidade estilo
português.
Como não houvesse nomenclatura de ruas, os
pontos diversos da cidade eram conhecidos pêlos nomes
dos bairros: Matamba, Cafaco, Quipacas, Nazaré,
Bungo, Caponta, Maculusso, Ingombotas, Katari,
Remédios, Coqueiros, Misericórdia, Maianga, etc.
Em 1844, aprovou-se a nomenclatura das ruas
da cidade, cuja relação foi publicada em 1848.
Nessa época, já o aumento demográfico da
população, europeia e indígena, era significativo.
Em 1621, a população era de 400 vizinhos.
Menos de 2 séculos depois, em 1800, o total ascendia
a 6500, sendo 433 brancos. Em 1832, o número de
brancos fixava-se em 1275.
Multiplicaram-se as ruas e travessas, os largos,
as calçadas e os becos.
—9
A relação publicada em 1875 registava mais de
125 vias públicas.
Chegou o século XX e com ele as grandes
realizações.
Luanda, é uma cidade moderna e progressiva.
*
* *
BRAZAO — Luanda é a capital da Província
de Angola, desde a sua fundação por Paulo Dias de
Novais, em 1575.
Registado nos arquivos da Torre do Tombo
encontra-se o seu brazão.
Constitui-se de um escudo bipartido com a
imagem de N.a S.a da Conceição na parte direita, em
campo azul e a de S. Paulo na parte esquerda, em
campo vermelho; sobre o escudo poisa a coroa ducal.
Nossa Senhora da Conceição é o orago dá Sé
e S. Paulo o patrono da cidade.
ORIGEM DA PALAVRA LUANDA—Segundo
interpretação erudita, Luanda é vocábulo do dialecto
quimbundo. E empregado pêlos naturais com elisão do
«L» inicial para significar rede. Foi dado à cidade em
razão dos habitantes da ilha serem chamados àxiluanda
que significa: lançadores de rede—pescadores.
PRIVILÉGIOS E HONRAS-Alvará concedido
por EL-Rei D. Afonso VI no ano de 1662.
Privilégios de cidadãos do Porto aos moradores
de Luanda pêlos serviços prestados na restauração
da cidade.
Primeiro Foral concedido pelo governador
Geral Francisco Joaquim Ferreira do Amaral em
portaria n.o 216-A, de 29 de Maio de 1884.
10—
Segundo Foral decretado em 2 de Dezembro

de 1909 e alargado pelo Diploma Legislativo n.o 346,

de 15 de Janeiro de 1930, do Alto Comissário

Filomeno da Câmara.

CONDECORAÇÃO—A cidade foi condeco-
rada com o grau de oficial da Ordem Militar da Torre
e Espada, conferido por decreto de 30 de Setembro
de 1938.
POSIÇÃO GEOGRÁFICA—Fica situada a
8o, 48', 47", 7, de latitude sul e a 13o, 13', 5" de
longitude E. G. e à altitude máxima de 59"i,25
CLIMA — Apenas se distinguem duas épocas no
ano: a de cacimbo e a das chuvas. A primeira, com início em
meados de Maio, prolonga-se até meados de Setembro.
A segunda, caracterizada por temperaturas elevadas,
de fins de Setembro a princípios de Maio. As tem-
peraturas máximas verificam-se de Fevereiro a Abril.
O valor da pressão atmosférica é de 756"ln1,04.
O total anual de chuva é, em média, de 334«nm,7.
A humidade relativa é de 82/8 e a evaporação total
de 763mm/6. A temperatura média de Luanda é de
24o,24. As médias do mês mais quente 26o,74 e do
mês mais frio 20o,19.
Os ventos predominantes sopram de Sudoeste
e Nordeste, influenciados pela corrente marítima
austral que passa ao longo da costa e se denomina
Corrente de Benguela.
Em relação à temperatura, o clima de Luanda
é regular.
POPULAÇÃO — A benignidade do clima e a
grande capacidade de adaptação dos portugueses,
determinaram franco crescimento populacional, da
fundação aos nossos dias.
ASSISTÊNCIA — O espírito humanitário e
essencialmente cristão dos cidadãos de Luanda, tem
contribuído para a valorização e desenvolvimento de
serviços de assistência, executados por instituições
particulares e oficiais. A maior soma de encargos,
porém, é suportada pelo Estado.
INSTRUÇÃO — Nos últimos tempos, a instru-
ção ascendeu ao primeiro plano dos problemas que
preocupam o Estado.
Também existem, com sede em Luanda, várias
organizações missionárias devotadas ao ensino.
Para propagação e divulgação da cultura, exis-
tem, entre outras, a biblioteca pública da Câmara,
fundada em 1873, e a biblioteca anexa ao Museu de
Angola.
VIAS DE COMUNICAÇÃO—As comunica-
ções terrestres, marítimas e aéreas de Luanda, estabe-
lecem o contacto da Província de Angola com os
territórios vizinhos e com as restantes partes do
mundo.
É testa de Caminho de Ferro de Luanda-
-Malange que, com ramais, totaliza 643 quilómetros
de extensão e num futuro muito próximo, será
também testa do Caminho de Ferro do Congo.
Companhias de navegação, nacionais, mantêm
o tráfego de longo curso e outras com barcos à vela
e a motor o tráfego costeiro.
Luanda, é centro de navegação aérea servida
pela Divisão de Transportes Aéreos que utilizam
campos de aviação em todas as províncias.
O seu aeródromo é frequentado, regularmente,
por aviões estrangeiros.
As comunicações telegráficas e telefónicas
12—
realizam-se através de uma central telegráfica, duma
estação rádio-telegráfica do Estado e outra da Marconi
—pela estação telegráfica do Cabo Submarino e por
uma rede telefónica urbana e sub-urbana.
TRANSPORTES URBANOS — Existem várias
praças de estacionamento de automóveis de aluguer.
A Câmara explora os transportes colectivos,
mantendo carreiras para todos os bairros da cidade.
PORTO—Tem de superfície ancorável 887
hectares, com profundidades variáveis entre 7 e 17
metros; um cais acostável para pequena cabotagem
com 400 metros de extensão e fundos de 3 metros.
O cais acostável permite a atracação simultânea a seis
grandes navios e tem uma extensão de 860 metros,
havendo um talude de revestimento com 400 metros.
Do plano de urbanização a que originou a sua
construção faz parte uma avenida com 1.600 metros,
onde serão, construídos edifícios públicos, sedes de
Organismos de Coordenação Económica e outros
para sedes de sociedades e empresas importantes,
alguns dos quais construídos e em construção.
O número de navios entrados no ano de 1951
foi de 606.
EDIFÍCIOS PÚBLICOS — Palácio do Governo
Geral—Edificação do século XVIII modificado e
ampliado em épocas sucessivas.
DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FAZEN-
DA—Construído em 1731, antiga casa das contas de
Fazenda Pública.
OBSERVATÓRIO METEREOLÓGICO—
«JOÃO CAPELO»—Destaca-se a torre que é da
antiga Igreja de N.a S.a da Conceição ou Sé Velha
que desabou em 1818.
—13
HOSPITAL DE D. MARIA—Edificado no
local onde esteve o convento de S. José que serviu
de hospital militar. O actual edifício foi inaugurado
em 1883.
PAÇOS DO CONCELHO—Construção de
1890.
PALÁCIO DAS COMUNICAÇÕES—Cons-
truído em 1923.
LICEU SALVADOR CORREIA—Concluído
em 1942.
E o mais belo estabelecimento de ensino liceal
do Ultramar Português. Alunos matriculados no ano
de 1951 —cerca de 600 (de ambos os sexos).
MONUMENTOS — Páginas brilhantes da his-
tória de Angola e de Luanda em particular, são as
Igrejas e fortalezas que o passado lhe legou.
FORTALEZA DE S. MIGUEL-Já existia em
1638. Foi a primeira fortificação definitiva erguida
por Portugueses em Angola.
Reconstruída e ampliada em épocas posteriores.
Encontra-se ali instalado o Museu de Angola.
ERMIDA DE N.a S.a DA NAZARÉ—Foi
iniciada em 1664 em cumprimento de um voto feito
pelo governador Vidal Negreiro por se ter salvo de
um naufrágio. E ali que se comemora a batalha de
Ambuíla, brilhante vitória de armas de portugueses
contra o gentio do Congo.
Esse feito encontra-se representado num painel
de azulejos existente na capela-mor.
IGREJA DO CARMO—Já existia em 1663. Rica de
colecções de azulejos que adornam os interiores.
FORTALEZA DE S. FRANCISCO DO PENEDO—Foi
começada em 1687 e ampliada em 1766.
14—
FORTALEZA DE S. PEDRO DA BARRA—
Iniciada na primeira metade do século XVII e ampliada
em diversas épocas.
COLÉGIO DOS JESUÍTAS—Data dos séculos
XVII e XVIII. Foi inaugurado em 1605. As ruínas
que existem são da Igreja que fazia parte do
Colégio.
ESTÁTUA DE PEDRO ALEXANDRINO DA
CUNHA—Erguida por subscrição pública e inau-
gurada em 1871; foi a primeira estátua erguida em
Luanda.
ESTÁTUA DE SALVADOR CORREIA—
Erguida para perpectuar a memória do reconquistador
da cidade, por iniciativa do comerciante Barbosa
Rodrigues.
MONUMENTO DA CONQUISTA DE ANGOLA—Canhão
colocado no jardim da Câmara
Municipal. Inaugurado em 1924.
MONUMENTO AOS COMBATENTES DA
CRANDE GUERRA—Erguido em memória dos
soldados portugueses mortos nas campanhas de África
durante a guerra de 1914/1918. Foi inaugurado
em 1937.
PADRÃO DAS PORTAS DO MAR—É a
reprodução do padrão levantado por Diogo Cão na
Ponta do Padrão. Foi colocado em 1936.
IGREJA DE N.a S.a DO CABO—Foi cons-
truída no século XVII.
ESTÁTUA DE D. AFONSO HENRIQUES —
Erguida para perpectuar a memória do fundador da
Nacionalidade. Foi inaugurada em 1941.
MONUMENTO A DIOGO CÃO—Em
memória do descobridor de Angola, foi erguido por
—15
iniciativa do Clube Transmontano e inaugurado em
15 de Agosto de 1952.
DIVERSOS — Cine -Teatro Restauração — A
melhor casa de espectáculos da cidade. Tem lotação
para l .437 pessoas.
CINE-TROPICAL—Bar, Cinema e Dancing
de concepção moderna, comportando 628 pessoas.
NACIONAL CINE-TEATRO—Inaugurado em
1932. Tem lotação para 894 pessoas.
CINE-COLONIAL—Para indígenas. Cons-
truído em 1940. Tem lotação para 890 espectadores.
ESTÁDIO MUNICIPAL—com lotação para
20.000 pessoas. Nele se realizam desportos atléticos,
ginástica, paradas desportivas, cultura física, ciclismo
e, principalmente, futebol.
Há campos próprios para outras modalidades
desportivas, especialmente golfo e ténis, assim como
uma piscina e rings de patinagem.
PRAIA—Há a praia da Ilha de Luanda fre-
quentada, especialmente, em Janeiro e Fevereiro.













sábado, 14 de agosto de 2010

LOBITO

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Roteiro 50 anos do Lobito




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